Mirage 250, vale a pena? Vale!

Abra o Google  faça uma busca para Mirage 250. Com certeza logo nas primeiras páginas, a pergunta que intitula este artigo estará lá: “Mirage 250, vale a pena? É uma boa opção?” E se você está aqui lendo este artigo, com certeza deve estar procurando respostas para esta pergunta. Então vamos à resposta: sim, amigo! A Mirage 250 vale a pena! 

Cuidado com a opinião alheia

A forma mais correta ao se comprar um produto é pesquisar, está certo. Mas o problema é que a internet está tão cheia de opiniões sem fundamento (de pessoas que nunca chegaram perto da moto) e de alguns proprietários que tiveram azar com as unidades que compraram, que provavelmente você ficará com o pé atrás ou simplesmente desistirá de comprar uma. As publicações especializadas oferecem boas informações técnicas sobre os modelos que testam, mas entre um teste de alguns quilômetros e o convivio diário com a motocicleta por anos a fio existe uma distância muito grande.

Eu mesmo, teria receio em comprar uma Burgman 125 com base nas opiniões que encontro na internet sobre ela. Mas a minha já rodou mais de 64.000 km nestes quatro anos e está em ótimas condições e funciona perfeitamente! Então o ponto crucial é pesquisar para conhecer os prós e os contras do modelo que você pretende comprar.

Justiça seja feita

Como qualquer produto de qualquer marca, uma Mirage logicamente pode sim dar defeito. Mas justiça seja feita: já li relatos de pessoas crucificando NX-4 Falcon por carburador defeituoso, BMW R1250 GS com motor fundindo, Yamaha Midnightstar entortando biela, etc. O pulo do gato aqui, é a forma e a agilidade da marca em conseguir sanar o problema para o cliente, coisa que talvez a Kasinski (e outras marcas pequenas) ainda deva melhorar. Embora já leia e ouça o relato de muitos proprietários relatando melhoras no atendimento da marca.

Onde o bicho pode pegar

O problemas de algumas Mirage, é mesmo a concessionária despreparada montando as motocicletas de forma errada. Durante minhas pesquisas a maior parte dos problemas eram elétricos com fios e cabos passando por locais incorretos, que acabavam quebrando e causando falhas elétricas. No caso das primeiras EFI, o problema era a ativação da injeção eletrônica de forma incorreta (concessionária). Mas existem alguns problemas de projeto, como o retificador da bateria que não aguenta o tranco por muito tempo e pifa, deixando o motociclista na mão. Muitos que já passaram por este problema, trocaram o original pelo retificador da Falcon 400, o que resolveu o assunto.

Quanto às primeiras Mirage lançadas lá pelos idos de 2002, tinham baixo índice de nacionalização, e algumas peças que entravam em contato com nossa gasolina e em alguns casos, se deterioravam rapidamente e davam problemas. Estes problemas foram sanados na série Premier (que perdeu a pintura dual tone) a partir de 2007, com a adoção de materiais mais resistentes e adequados para peças que entram em contato com nosso combustível. Na EFI, os problemas foram mesmo com a injeção eletrônica como já citei, mas mesmo este item já sofreu melhorias. Outro bom argumento é que na Europa e Ásia, a Hyosung Aquila GV 250 (como a Mirage é conhecida por lá) tem bom conceito e grande comércio de peças, o que significa que seus proprietários consideram que vale a pena investir na manutenção de suas Mirage. Motocicleta ruim fica caindo aos pedaços porque  seus proprietários não acham que não compensa investir na manutenção de algo ruim.

O motor em sí, é velho conhecido no mundo das motocicletas, é originário da Suzuki, que os utiliza na linha SV 650 e SV 250 e bem confiável. O único senão, é que este motor gosta de altas rotações na hora de funcionar o que é incomum entre as custom. O consumo está dentro da média para uma custom desta cilindrada e com o peso (um pouco alto) que tem, gira em torno dos 25km/l. Quanto ao custo de manutenção, este pode ser um pouco maior do que numa monocilíndrica, que tem a “metade” das peças que o motor V2 da Mirage tem. Mas mesmo assim, nada tão exorbitante.

Mercado

Como qualquer moto custom,  a Mirage pode dar trabalho na hora da revenda, principalmente por ser uma marca não tão tradicional no mercado. Se quiser maior liquidez na hora da revenda, compre uma Fazer ou uma Twister e fuja de qualquer custom que cruzar seu caminho. Mas os preços se mantém altos (mesmo para as versões mais antigas), prova de que as Mirage não são ruins como apregoam por aí. As chances de encontrar uma em bom estado e com baixa quilometragem são boas, já que geralmente são usadas apenas para passeios em finais de semana e são utilizadas por um público mais maduro.

Na hora de comprar uma Mirage usada, as regras são as mesmas para qualquer moto: nível de conservação dado pelo proprietário anterior. Mesmo uma motocicleta bem rodada, mas com boa manutenção, pode ser mais confiável do que uma moto com menos quilometragem e uma manutenção negligenciada. Já para comprar uma Mirage 0km, pesquise o histórico da concessionária, isto pode determinar se você terá sorte ou azar com sua Kasinski. Um bom modo de fazer isto, é consultando se a loja onde você pretende comprar tem reclamações cadastradas no site Reclame Aqui.

Na estrada

Já li muitos relatos e assisti vídeos de pessoas que colocaram a Mirage na estrada em longas viagens e não se arrependeram.

http://www.youtube.com/watch?v=G3f8NPie4mA

http://www.youtube.com/watch?v=Q4zcRKiV1qE

Ficha técnica

Confira a ficha técnica completa da Kasinski Mirage 250 EFI

Leico - Fichas Técnicas

As marcas de motocicletas no Reclame Aqui

O site Reclameaqui.com.br compila reclamações de consumidores de produtos e serviços do Brasil inteiro. Fiz uma breve pesquisa sobre a relação de alguns fabricantes de motocicletas com as reclamações de seus clientes e consegui algumas informações que possam ajudar alguns leitores a ter uma visão de pós-venda antes de comprar uma moto.

E antes que me perguntem sobre Honda e Kawasaki, elas não estão citadas na pesquisa, pois o reclameaqui.com estava “coletando dados” destas duas marcas. Procurei também por reclamações contra a Harley-Davidson que agora tem representação oficial no Brtasil, mas não constava reclamação alguma quanto à marca. Neste caso, pode ser que hajam reclamações contra o antigo representante, o Grupo Izzo. Mas aí não seria necessariamente contra a Harley-Davidson.

As mais reclamadas

Quanto ao número de reclamações, a Dafra perdeu disparado com 1032. Por ser relativamente  nova no mercado, ainda careça de know-how quanto ao atendimento pós-venda. Talvez tenha perdido para a Kasinski por vender um volume maior de motocicletas e por consequência ter também um número maior de reclamações. A Yamaha tem o segundo maior número de reclamações com 862, mas o fato de vender um volume maior de unidades justifica este número?

Problemas vs. Soluções

Tudo bem! Temos que levar em conta que levar em conta, o fato de que nenhum produto é a prova de defeitos. Então se os problemas existem, as soluções devem existir na mesma proporção (pelo menos em tese). No gráfico abaixo, você confere quais os níveis de atenção as marcas dão às reclamações dos clientes e qual o percentual de resolução dos defeitos apresentados elas conseguem atingir.

Mas o fato de ouvir as reclamações de seus consumidores, não significa que as marcas são eficientes na hora de resolver os problemas apresentados. Prova disto, é a Yamaha que alcança quase 100% na hora de atender as reclamações de seus clientes, mas que tem o pior índice de solução para tais problemas. E justiça seja feita: se a Dafra, como foi dito lá em cima tem o maior número de reclamações, é a que também consegue o melhor desempenho na hora de solucionar as reclamações. Aqui BMW e Suzuki são apenas razoáveis em ambos os critérios. A Kasinski que sempre é apedrejada no pós-vendas, faz por merecer. É que menos se preocupa em atender as reclamações e tem um péssimo índice de resolução dos problemas.

Quanto tempo vai demorar?

Os problemas existem, são ouvidos e (às vezes) solucionados. Mas quanto tempo demora, desde a reclamação e a resolução do problemas? Neste ponto, a Yamaha volta ao topo com um prazo médio de quase 10 dias. A que mais demora em resolver a insatisfação de seus clientes é a Kasinski que tem um tempo médio de 68 dias para trazer uma solução. Aqui a Dafra também deixa a desejar: 55,3 dias em média.

E o que diz o consumidor?

No site, o consumidor pode pontuar a empresa de acordo com seu desempenho em resolver as reclamações. Segundo os reclamantes, Dafra e BMW são as melhores (4,95 e 4,44 pontos, respectivamente), Suzuki não fica muito atrás, enquanto Kasinski e Yamaha amargam o pior desempenho com notas abaixo dos 3 pontos. Quanto a voltar a consumir produtos da marca, BMW e Dafra alcançaram o melhor desempenho com quase metade dos reclamantes alegando que voltariam a consumir produtos destas marcas. Kasinski ficou na lanterna de novo com apenas 27,8% dos consumidores voltando a uma de suas concessionárias para comprar novamente. Suzuki e Yamaha ficam na média. Mas todos estes números poderiam ser melhores!

Conclusão!

Marcas novatas como a Dafra, podem ser uma boa opção na hora do pós-venda. O número de reclamações mostra que você pode vir a ter problemas com algum produto desta marca, mas por outro lado, terá 75% de chance de ter sua reclamação resolvida, nem que demore quase dois meses.

Uma marca premium como BMW deveria ter um melhor nível de atendimento às reclamações de seus clientes. O percentual de reclamações solucionadas é inaceitável para uma marca que vende motocicletas que chegam a custar 100 mil reais. Metade dos clientes voltariam a comprar uma BMW, mas a outra metade não!

A Suzuki ouve seus clientes, tem um índice razoável de solução de problemas, mas exigem um prazo longo para resolvê-los: pouco mais de um mês. Apenas 37% dos reclamantes da marca voltariam a uma loja da Suzuki.

Uma marca consolidada como a Yamaha deveria ter um desempenho melhor nesta pesquisa, pois perdeu até para a Kasinski na hora de solucionar os problemas de seus clientes, que lhe deram uma péssima nota de avaliação: 2,66. Tem apenas 16% a menos de reclamações do que a Dafra. As únicas vantagens que um consumidor insatisfeito terá com a Yamaha, é a de que sua reclamação terá 98% de chances de ser lida e que será atendida em aproximadamente 10 dias. Mas se levarmos em conta que menos da metade das reclamações são solucionadas, a Yamaha é uma péssima opção.

Considerações finais

Esta pesquisa envolve apenas reclamações feitas no site Reclameaqui.com.br, ou seja, é apenas uma pequena mostra de clientes insatisfeitos e soluções alcançadas. Deve-se levar em consideração que tantas outras reclamações podem estar em andamento junto a tribunais e conselhos de proteção ao consumidor, bem como tantas outras reclamações podem alcançar soluções pelas marcas e fabricantes aqui citados.

A onda das 250 cilindradas

Elas não são tão fracas quanto as 125 cc, tem um bom consumo e não são tão caras quanto as médias cilindradas. Mas mesmo assim, o mercado das 250 cc demorou a embalar no Brasil. Seguindo a lógica, elas são a escolha mais racional para quem quer um compromisso entre cidade e estrada.

Os novos lançamentos demonstram que os fabricantes e importadores começaram a enxergar o potencial deste nicho de mercado:

HONDA: Desde o inicio de 2011 sites e blogs especializados no assunto noticiavam a chegada da CBR 250R ao Brasil em setembro daquele mesmo ano. Agora em 2012 as mesmas noticias de que a rival da Ninja 250R e Comet GT-R está para chegar. A Honda não confirma nada e foca seus esforços para dominar também o mercado das grandes cilindradas.

SUZUKI: Abandonou o mercado das 250cc em 2003 quando deixou de comercializar a Intruder 250. Desde então tem um vão entre as Yes e Intruder 125 e a GS 500. Correm rumores de que a Inazuma 250 (GW 250 na China) chegaria ao Brasil no primeiro trimestre de 2013. Mas em se tratando de J.Toledo é pouco provável.

DAFRA: a marca mais ativa neste segmento, a Dafra trouxe a scooter Citycom 300i (na verdade é uma 260cc) em 2011, está lançando a Roadwin 250R para concorrer com Ninja 250 e Comet GT-R; e promete a Next 250 em 2013 para brigar com CB 300, Fazer 250 e Comet.

Entre lançamentos e descontinuação de modelos, o mercado brasileiro nunca teve tantas ofertas entre as 250cc como terá entre 2012 e 2013. Acompanhe no gráfico abaixo as indas e vindas da oferta de motocicletas 250cc no Brasil desde 2001 quando a Honda lançou a dupla Twister/Tornado, passando pela extinção da Virago e Intruder,  até 2013 quando deverão chegar novos modelos no segmento.

Motos e níveis de satisfação

Basta navegar na web para pesquisar sobre algum produto e lá estão centenas de opiniões de todos os tipos. E com as motocicletas não é diferente. Alguns modelos sofrem preconceito por pertencer a uma marca não tão tradicional enquanto alguns outros ganham fama injustificada, e numa pesquisa um pouco mais atenta alguns mitos caem. E como dizem por aí, nenhuma opinião é melhor do que a opinião de quem já tem e conhece determinado produto: os proprietários.

Já faz algum tempo que tenho o costume de pesquisar a opinião de proprietários sobre suas motocicletas e automóveis no site Best Cars Web patrocinado pela UOL, numa seção do site chamada “Teste do Leitor”. Pois bem, com base nesta seção do site, eu compilei todos os resultados de 96 modelos de 12 marcas e montei uma tabela (veja metodologia no fim do artigo) sobre a avaliação dos proprietários destes modelos.

A OPINIÃO DE UM HOMEM SÓ

Durante a pesquisa, me deparei com alguns modelos que contavam com a opinião de um ou dois proprietários. Mas a opinião de apenas um proprietário vale para tornar uma motocicleta boa ou ruim? Claro que não! Por isso no canto direito da tabela coloquei barras coloridas que medem a “acuracidade” das notas. Ou seja, quanto maior a barra, maior o número de opiniões emitidas a respeito de determinado modelo, o que torna a avaliação mais ou menos confiável.  Tome dois exemplos da tabela: a Triumph Rocket III que obteve nota 10, mas sob a opinião de apenas um proprietário e da Suzuki Intruder 125 que obteve uma nota mais modesta: 8,26 formada pela opinião de 204 proprietários. Portanto, ao avaliar a tabela, leve em consideração estes dois fatores: nota e acuracidade, sendo que quanto maior os dois fatores, maior será a confiabilidade da avaliação.

OS PALPITEIROS

Durante a pesquisa uma curiosidade sobre os consumidores: alguns consumidores de uma marca são mais inclinados a opinar do que consumdores de outras marcas. Notei que proprietários da Yamaha (1.169) e da Suzuki (760)  são mais abertos a expor suas opiniões do que clientes da Honda (apenas 302) que vende um volume incrivelmente maior do que suas rivais juntas. Pode parecer que isto não tem importância, mas vale lembrar que a troca de informações entre proprietários pode lhe ajudar muito na solução de problemas com sua motocicletas e isto se reflete também na facilidade de se encontrar informações quando necessário. Marcas mais caras como BMW, Harley-Davidson e Triumph, por exemplo tem menos opiniões de seus proprietários, talvez pelo menor volume de vendas ou pelo perfil mais anônimo de seus consumidores.

DERRUBANDO ALGUNS MITOS E FORTALECENDO OUTROS

Pelo menos neste levantamento, entre as motos pequenas a Honda Titan não é lá esta unanimidade na satisfação dos clientes como dizem por aí. Ela conseguiu apenas 7,50 de nota contra 8,83 da Yamaha YBR e 8,70 da Suzuki Yes o que mostra a que comprar algo apenas pelo que se diz pode ser um fator de descepção. Outro mito que se enfraquece é aquele sobre a durabilidade eterna de alguns modelos mais caros, como a BMW 1250 GS que ao contrário do que eu pensava, ganhou um “INSATISFEITO” de um cliente que notificou vários defeitos no modelo e da Yamaha Midnight Star 950 que também levou uma “INSATISFEITO” com direito a cabeçote e válvulas empenando sem motivo no meio de uma estrada.

Mas por outro lado, alguns mitos se confirmam, como a fama da baixa qualidade dos produtos Sundown que obtiveram as piores notas como a última colocada Future 125 com nota 3,81 e a V-Blade 250 que atingiu apenas nota 5,00, muito longe de sua concorrente Mirage 250 com 9,33 e da já aposentada Virago 250 8,82. Laser 150 e Super 100 da Dafra também fizeram jus à sua má fama.

METODOLOGIA

a) A pontuação: o site Best Cars Web atribui três tipos de avalição para cada modelo segundo a opinião de seus proprietários: MUITO SATISFEITO; PARCIALMENTE SATISFEITO e INSATISFEITO. Sendo assim considerei nota 10 para “muito satisfeito”; nota 5 para “parcialmente satisfeito” e nota 0 para “insatisfeito”. Dividindo o total da nota pelo número de opiniões, obtive a nota final de cada modelo. Exemplo: Yamaha YS 250 Fazer obteve um total de 2070 pontos na opinião de 227 proprietários, onde 2070/227 = 9,12.

b) Acuracidade: o nível de acuracidade é o número de opiniões emitidas para cada modelos. Isto serve como um indicador da confiabilidade da nota, pois quanto maior p número de opiniões, maior sua reputação. Determinado modelo pode até ganhar nota 10, mas se tiver uma acuracidade muito baixa, esta nota se torna duvidosa.

Fonte: http://www2.uol.com.br/bestcars/testleit-motos.htm

Para manter o sonho (parte 2)

É hora de fazer a manutenção na motoca, já parou para pensar?

Esta é a terceira lista sobre custos de manutenção de motocicletas. Compare os custos antes de comprar a moto de seus sonhos, pois no mundo dos seguros e das motopeças, nem tudo é o que parece ser. Por exemplo, saiba que é mais barato manter uma Boulevard 1500 do que uma Hornet 600, ou que o custo da cesta de peças + o valor do seguro de uma CB 300 R é equivalente aos mesmos custos de uma BMW R 1200 R Top.  E tem mais, a Honda é famosa pela baixa desvalorização de seus modelos, mas no caso da Shadow 750, a desvalorização chega a quase 20%, enquanto a Suzuki Boulevard 1500 desvaloriza apenas 7,2% após um ano.

E claro!!! Desta vez temos a cotação das pequenas (Titan Mix, Fan 125, Hunter 100, Sundown Web 100, Dafra Smart, YBR 125, Fazer 250, Lead 110, Biz +, etc…)

—>>>> Veja a tabela no Google Docs: Motocusto 2

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fonte:  Revista Motociclismo, Agosto de 2010 –  nº 152 – Ano 13. Editora Motorpress Brasil

Sobre a Mirage 650 (review)

Mirage 650: uma custom que fala como esportiva

As publicações dizem que ela está evoluindo e está no nivel das concorrentes como Suzuki M800 e Shadow 750. Mas com um ingrediente irresistível: desempenho esportivo!

COMPORTAMENTO
É uma custom que tem design e perfil mais ‘esportivo’, pois seu motor gera 80,7 cv a 9250 rpm e torque de 6,80 kgmf a 7250 rpm. Já customs mais tradicionais como a Suzuki M800 Boulevard gera 53 cv a 5000 rpm e torque de 7,04 kgmf a 4000 rpm e a Honda Shadow 750 gera 45,5 cv a 5.500 rpm e torque de 6,5 kgmf a 3.500 rpm. Percebeu? Customs tradicionais geram muita força em baixos giros, já a Mirage trabalha em altos giros, como as esportivas. Aí você já vê que ela é uma motocicleta de persoanlidade própria. Podemos dizer que a Mirage 650 é uma moto para aquele piloto que quer migrar das esportivas para as customs, mas sem perder a tocada e o design esportivo. Aliás, mesmo com 650 cc, ela encara qualquer viagem com customs de maior cilindrada sem problema algum.

DESIGN E ESTILO
Tudo bem que a Kasinski/Hyosung não tem muita tradição no Brasil , mas uma coisa é inegável: a Mirage 650 tem estilo próprio. Não se parece com nenhuma outra custom e nenhuma outra custom se parece com ela. E vendo ela passar na rua (só vi uma vez) dá a impressão de se estar diante de uma moto com 1200 cc. Tem um porte e design imponentes e muito exclusivos! O perfil baixo e comprido a encaixam no padrão “low -rider” enquanto o motor volumoso, o quadro aparente e o cano de escape fazem a mistura para uma “muscle-bike”. A correia dentada como transmissão também embeleza o conjunto e a suspensão invertida (atípica nas customs) também reforçam seu estilo esportivo! Se na estrada ela tem desempenho para viajar com “amigas” do mesmo tamanho e até maiores, na hora de fazer pose em frente a um barzinho ou desfilar nos passeios, ela também fará bonito, muito bonito!

MERCADO
Ao fazer pesquisa de preços, cotação de seguros e de peças de vários modelos, a revista Duas Rodas só conseguiu encontrar a Mirage 650 numa única loja de São Paulo. Outras concessionárias da marca só tinham so encomenda e outras alegavam que não comercializavam o modelo. Se é uma moto difícil de comprar e de se ver nas ruas, com certeza não deve ser tão fácil de vender, aliás, justiça seja feita: comercialização não é o ponto forte de nenhuma custom. Portanto aquele tipo de cara que não tem sossego, enjoa fácil das coisas e vive trocando de moto, deve ficar longe dela pela possivel dificuldade de comercialização, mas por outro lado, como é difícil encontrar uma a venda, pode ser que seja até fácil encontar algum comprador.

Com o redimensionamento de preço em R$ 26,5 mil (antes girava em torno de R$ 35 mil), a Mirage 650 se tornou ainda mais interessante perante suas rivais. Além do que, com a injeção de dinheiro da chinesa Zongshen, a Kasinski deve aperfeiçoar ainda mais a qualidade e tecnologia de todos os seus modelos. Vale lembrar que a Mirage 650 tem ótima reputação em mercados exigentes como Europa e Estados Unidos (lá ela se chama GV 650) e que utiliza a mesma  mecânica consagrada da Suzuki SV 650.

Se está pensando em adquirir uma, leia este post sobre custos de manutenção e compare-a com outros modelos similares: https://bistury.wordpress.com/2010/04/14/para-manter-o-sonho/ (só a correia de transmissão dela custa R$2.114,00).

Resumindo: é uma “mini V-Max”: potente e estilosa para quem quer algo mais de uma custom.

Atualizado em 20-12-2010

Moto: para manter o sonho

Encontre um equilibrio entre: preço, cotação de seguros, valor das peças e formas de pagamento!

Comprar uma motocicleta no Brasil não é das tarefas mais fáceis com tantos impostos, taxas e juros. Mas mantê-la, pode ser uma tarefa ainda mais árdua, já que os preços de motopeças são abusivas e os altos indices de roubo jogam os preços do seguro lá em cima.

Por isso, na hora de partir para um modelo maior, é necessário fazer um estudo financeiro antes, já que existem certas “armadilhas” que podem enganar na hora de adquirir e manter um “sonho” de maior cilindrada. Portanto vejamos algumas “ilusões de ótica” que podemos encontrar na hora da compra e manutenção:

CESTA DE PEÇAS

Considerando peças de reposição¹, é mais barato manter uma Suzuki Bandit 1250N do que uma Bandit 650N, por exemplo. Ou pior: o valor da cesta de peças de uma Harley-Davidson Dyna Super Glide 1600 custa quase a metade da cesta de peças de uma Yamaha Midnight Star 900. E a cesta da Hornet 600 é R$500,00 mais barata do que de uma Yamaha XT660R. Neste quesito, a boa surpresa veio da Honda coma Shadow 750 que tem uma cesta custando R$4.116,00 (a mais barata entre todos os modelos) e o lado negativo, foi a Yamaha Midnight Star 900 que tem a cesta mais cara por R$10.916,00!!! Com um único pneu custando R$1.507,00

OPÇÕES DE PAGAMENTO

À vista ou à prazo? Convenhamos que poucas pessoas têm o privilégio de comprar uma motocicleta entre R$25 e  R$34 mil principalmente pagando à vista. Nesta hora é bom fazer uma boa análise das opções para não entrar num barco furado. Comprar uma Kasinski Mirage 650 (R$26,5 mil) pode ser vantagem apenas se o pagamento for a vista, pois a taxa de juros praticada pela marca faz com que suas parcelas (48x) alcancem o valor de R$  1.001  o mesmo valor das parcelas de uma Suzuki GSX 650F que custa R$31 mil reais. Agora comparemos duas motocicletas de valores identicos: Honda CB 600F Hornet e Suzuki Bandit 1250N. Ambas custam R$32,5 mil, mas o financiamento da Honda é mais caro 48x de R$ 1.095,00 contra 48x de R$971,00 da Bandit que tem o dobro de motor. E também, é interessante pesquisar em várias concessionárias, pois algumas têm melhores preços a vista e outras oferecem melhores planos de financiamento. No caso da Suzuki como exemplo, a Moto&Cia oferece melhores preços a vista e a Freelane as parcelas mais baixas.

SEGURO

Um dos quesitos que mais preocupam os candidatos a proprietários de motos médias. Afinal, em alguns casos o valor do seguro anual, pode chegar a 25% do valor total da moto, ou seja, em quatro anos, o individuo já pagou outra moto. E é fato: seguros de modelos Honda é proibitivo. Harley-Davidson e BMW têm os menores valores para seguro. E tudo depende também da categoria da moto, pois o valor do seguro de uma Suzuki DL650 V-Strom pode custar ‘apenas’ R$1,5 mil enquanto o seguro de uma Hornet 600 chega a estonteantes R$8,6 mil, lembrando que ambas custam R$32,5 mil.

Conclusão: A Honda oferece manutenção de peças mais baratas do que similares de outras marcas, mas peca no valor do seguro. A Harley-Davidson cobra caro nas revisões, mas ganha da concorrência no valor do seguro. A motos da Suzuki apresentam seguro caro,  e peças de reposição mais caras ainda. A Yamaha oferece bons preços de aquisição, mas desconta na manutenção (Midnight Star) e no seguro (XT660R). A Kasinski é interessante para quem vai pagar à vista, pois no financiamento saem mais onerosas do que concorrentes mais caras.

VEJA TABELA COMPLETA COM VALORES DE SEGUROS, PREÇO DE 13 PEÇAS E MELHORES PLANOS PARA 17 MODELOS

Leia também:   Para Manter o Sonho (parte 2) , que mostra a desvalorização, valor do seguro e de peças de motocicletas de 125 cc a 1.500 cc !!!

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¹Cesta de peças que  inclui o valor da primeira revisão, retrovisor esquerdo, pedal de cambio, pedaleira esquerda, manete de embreagem, guidão, pisca dianteiro esquerdo, pisca traseiro esquerdo, tampa do motor (esquerda), tanque de combustivel, pneu dianteiro, pneu traseiro, corrente, coroa e pinhão, filtro de ar.
Fonte: Revista Duas Rodas, nº415, abril de 2010. Editora Sisal

Moto: valor de peças de 36 modelos

Motopeças

A moto pode ser barata, mas o preço das peças podem ser uma armadilha

Na hora de comprar a motocicleta, o valor da manutenção pode ser fator decisivo para quem deseja mantê-la sempre em ordem e com peças originais. Muitas motocicletas estão em estado precário ou com alto nivel de adaptações (gambiarras) porque seus proprietários não pensaram no custo de peças de manutenção ao comprar o modelo. A tabela abaixo, mostra o valor de um pacote de peças composto por retrovisor, filtro de óleo e manete de freio. evidentemente é um parâmetro pequeno para avaliar o custo de manutenção de um modelo, mas dá para ter uma boa idéia da diferença entre os R$ 56,00 cobrados pelo pacote da Kasinski Comet 250 EFI e os R$ 973,65 que a BMW cobra pelas mesmas peças da F800 GS. ((( Veja a tabela pelo google Docs )))

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Fonte: Revista Quatro Rodas Especial Moto, nº598-B, Fevereiro de 2010