Mirage 250, vale a pena? Vale!
Abra o Google faça uma busca para Mirage 250. Com certeza logo nas primeiras páginas, a pergunta que intitula este artigo estará lá: “Mirage 250, vale a pena? É uma boa opção?” E se você está aqui lendo este artigo, com certeza deve estar procurando respostas para esta pergunta. Então vamos à resposta: sim, amigo! A Mirage 250 vale a pena!
Cuidado com a opinião alheia
A forma mais correta ao se comprar um produto é pesquisar, está certo. Mas o problema é que a internet está tão cheia de opiniões sem fundamento (de pessoas que nunca chegaram perto da moto) e de alguns proprietários que tiveram azar com as unidades que compraram, que provavelmente você ficará com o pé atrás ou simplesmente desistirá de comprar uma. As publicações especializadas oferecem boas informações técnicas sobre os modelos que testam, mas entre um teste de alguns quilômetros e o convivio diário com a motocicleta por anos a fio existe uma distância muito grande.
Eu mesmo, teria receio em comprar uma Burgman 125 com base nas opiniões que encontro na internet sobre ela. Mas a minha já rodou mais de 64.000 km nestes quatro anos e está em ótimas condições e funciona perfeitamente! Então o ponto crucial é pesquisar para conhecer os prós e os contras do modelo que você pretende comprar.
Justiça seja feita
Como qualquer produto de qualquer marca, uma Mirage logicamente pode sim dar defeito. Mas justiça seja feita: já li relatos de pessoas crucificando NX-4 Falcon por carburador defeituoso, BMW R1250 GS com motor fundindo, Yamaha Midnightstar entortando biela, etc. O pulo do gato aqui, é a forma e a agilidade da marca em conseguir sanar o problema para o cliente, coisa que talvez a Kasinski (e outras marcas pequenas) ainda deva melhorar. Embora já leia e ouça o relato de muitos proprietários relatando melhoras no atendimento da marca.
Onde o bicho pode pegar
O problemas de algumas Mirage, é mesmo a concessionária despreparada montando as motocicletas de forma errada. Durante minhas pesquisas a maior parte dos problemas eram elétricos com fios e cabos passando por locais incorretos, que acabavam quebrando e causando falhas elétricas. No caso das primeiras EFI, o problema era a ativação da injeção eletrônica de forma incorreta (concessionária). Mas existem alguns problemas de projeto, como o retificador da bateria que não aguenta o tranco por muito tempo e pifa, deixando o motociclista na mão. Muitos que já passaram por este problema, trocaram o original pelo retificador da Falcon 400, o que resolveu o assunto.
Quanto às primeiras Mirage lançadas lá pelos idos de 2002, tinham baixo índice de nacionalização, e algumas peças que entravam em contato com nossa gasolina e em alguns casos, se deterioravam rapidamente e davam problemas. Estes problemas foram sanados na série Premier (que perdeu a pintura dual tone) a partir de 2007, com a adoção de materiais mais resistentes e adequados para peças que entram em contato com nosso combustível. Na EFI, os problemas foram mesmo com a injeção eletrônica como já citei, mas mesmo este item já sofreu melhorias. Outro bom argumento é que na Europa e Ásia, a Hyosung Aquila GV 250 (como a Mirage é conhecida por lá) tem bom conceito e grande comércio de peças, o que significa que seus proprietários consideram que vale a pena investir na manutenção de suas Mirage. Motocicleta ruim fica caindo aos pedaços porque seus proprietários não acham que não compensa investir na manutenção de algo ruim.
O motor em sí, é velho conhecido no mundo das motocicletas, é originário da Suzuki, que os utiliza na linha SV 650 e SV 250 e bem confiável. O único senão, é que este motor gosta de altas rotações na hora de funcionar o que é incomum entre as custom. O consumo está dentro da média para uma custom desta cilindrada e com o peso (um pouco alto) que tem, gira em torno dos 25km/l. Quanto ao custo de manutenção, este pode ser um pouco maior do que numa monocilíndrica, que tem a “metade” das peças que o motor V2 da Mirage tem. Mas mesmo assim, nada tão exorbitante.
Mercado
Como qualquer moto custom, a Mirage pode dar trabalho na hora da revenda, principalmente por ser uma marca não tão tradicional no mercado. Se quiser maior liquidez na hora da revenda, compre uma Fazer ou uma Twister e fuja de qualquer custom que cruzar seu caminho. Mas os preços se mantém altos (mesmo para as versões mais antigas), prova de que as Mirage não são ruins como apregoam por aí. As chances de encontrar uma em bom estado e com baixa quilometragem são boas, já que geralmente são usadas apenas para passeios em finais de semana e são utilizadas por um público mais maduro.
Na hora de comprar uma Mirage usada, as regras são as mesmas para qualquer moto: nível de conservação dado pelo proprietário anterior. Mesmo uma motocicleta bem rodada, mas com boa manutenção, pode ser mais confiável do que uma moto com menos quilometragem e uma manutenção negligenciada. Já para comprar uma Mirage 0km, pesquise o histórico da concessionária, isto pode determinar se você terá sorte ou azar com sua Kasinski. Um bom modo de fazer isto, é consultando se a loja onde você pretende comprar tem reclamações cadastradas no site Reclame Aqui.
Na estrada
Já li muitos relatos e assisti vídeos de pessoas que colocaram a Mirage na estrada em longas viagens e não se arrependeram.
http://www.youtube.com/watch?v=G3f8NPie4mA
http://www.youtube.com/watch?v=Q4zcRKiV1qE
Ficha técnica
Confira a ficha técnica completa da Kasinski Mirage 250 EFI